A lucratividade bruta da soja brasileira deve “continuar bem positiva em 2022”, aponta a Consultoria DATAGRO. O levantamento inicial realizado sobre a perspectiva de renda para os sojicultores brasileiros na safra 2021/22 – que começará a ser plantada em breve – indica que os ganhos serão bons, porém um pouco abaixo dos “excelentes desempenhos” na safra atual.
“A observação geral é de que a combinação das variáveis que determinam a lucratividade bruta, definida pela relação entre a receita obtida e o custo de produção, penderá outra vez para o lado positivo para a maior parte dos produtores. A favor do resultado financeiro deste novo ano está a perspectiva de boa produtividade média, devido ao bom nível tecnológico e clima ainda predominantemente regular em tempos de La Niña fraco”, explica a DATAGRO.
No entanto, ressalvam os consultores, prevê-se custos de produção muito maiores, especialmente em função da força na taxa de câmbio. Em relação aos preços médios, a previsão inicial é de que sejam conservadores sobre o ano atual, mas provavelmente bem acima das médias normais.
“Observa-se forte elevação nos custos operacionais de produção da soja para a safra 2021/22 no Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, os três principais produtores de soja do País. E este é um ponto importante para a definição da renda desta temporada, por impor limites aos resultados dos produtores. Além da elevada necessidade de gastos com insumos, nota-se a influência da manutenção de elevada taxa de câmbio na temporada e o aumento bem expressivo nos custos fixos”, avalia a Consultoria.
Flávio Roberto de França Junior, coordenador de Grãos da DATAGRO, afirma que considerar o câmbio “um pouco abaixo em relação a 2021, mas ainda em patamar elevado, sujeito a turbulências no meio do caminho em função das eleições presidenciais. No mercado de futuros da Bolsa de Mercadorias de Chicago, previsão de alguma redução sobre 2021, mas também acima da média normal. E nos prêmios de exportação, indicações de relativa proximidade ao ano atual, com pressão maior apenas no período de colheita”.
“Para esse sentimento de renda positiva dar errado, somente em situação de perdas mais severas na produtividade, como foi o caso do Rio Grande do Sul e Santa Catarina na safra atual. E há motivo para alguma preocupação na região Sul novamente este ano”, conclui França Junior.
FONTE: AGROLINK