Soja trabalha estável nesta 4ª com semana mais curta para Chicago e expectativa sobre China X EUA.

O mercado da soja na Bolsa de Chicago trabalha com leves baixas na manhã desta quarta-feira (21) após as boas altas observadas no pregão anterior. Perto de 7h15 (horário de Brasília), o recuo dos principais vencimentos variava de 0,75 a 1,50 ponto, com o janeiro/19 cotado a US$ 8,79 e o maio/19 com US$ 9,07 por bushel.

As cotações ainda não têm combustível suficiente para movimentações mais intensas e consistentes, uma vez que o foco principal permanece sobre a guerra comercial entre China e Estados Unidos e o encontro entre Xi Jinping e Donald Trump só acontece no final deste mês.

Até que a nova reunião aconteça, os traders acompanham as declarações das lideranças de ambos os países, mostrando a vulnerabilidade e fragilidade do mercado até que uma decisão seja efetivamente tomada.

Como explicou o consultor em agronegócios Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios, “nesse momento, nenhum fator é maior do que a guerra comercial, então, nos próximos 10 dias o mercado vai continuar caminhando de lado”.

Ao mesmo tempo, essa é uma semana mais curta para o mercado internacional da soja dado o feriado do Dia de Ação de Graças, o que também diminui o volume de negócios na CBOT e enfraquece o andamento dos preços.

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:

Soja tem dia de mercado lento no Brasil nesta 3ª feira, mas fecha em alta na Bolsa de Chicago

A terça-feira (20) foi, mais uma vez, de estabilidade para os preços da soja no mercado brasileiro. No interior do país, as variações foram pontuais, porém, negativas. No Rio Grande do Sul, por exemplo, as cotações cederam mais de 1%. Nos portos, Paranaguá mais uma vez fechou o dia estável, enquanto Rio Grande apresentou ligeiras altas.

No terminal paranaense, a soja disponível encerrou os negócios com R$ 83,00, enquanto a safra nova manteve os R$ 77,00. Já no gaúcho, alta de 0,60% no spot, para R$ 84,00, e de 0,59% no dezembro/18 para R$ 85,00 por saca.

Os negócios caminham em ritmo lento no Brasil – e no mundo – com os produtores focados em terminar seu plantio e esperando por melhores oportunidades de comercialização, além de uma definição em torno da guerra comercial entre China e Estados Unidos.

Como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, já há cerca de 80% da área brasileira semeada com a soja, enquanto a comercialização se mostra em menos de 30%. “Baixo para esse período em que deveria ser de, pelo menos, 50% nesse momento fechamento de plantio”, diz.

Com as retóricas endurecidas tanto por parte da China, quanto dos EUA, as negociações sobre um acordo se mostram cada vez mais distantes e dificultadas, o que poderia, como explicou o executivo, ser fator positivo para os preços no Brasil no curto/médio prazo.

“Essa negociação para chegar a ser um acordo vai demorar e isso acaba sendo reflexo positivo para as cotações e prêmios que devem voltar a subir no Brasil. Porque com Chicago em baixa, a tendência é de os prêmios melhorarem”, explica o consultor, fazendo uma comparação com a taxação de 25% imposta pela China sobre a soja dos Estados Unidos.

Nesta terça, as principais posições de entrega pagavam, no terminal de Paranaguá, US$ 1,55 por bushel acima de Chicago no novembro e dezembro, enquanto o fevereiro/19 tinha US$ 1,00 e o março/19, US$ 0,70 por bushel.

Mercado Internacional

Segundo explicam analistas internacionais, os traders ajustam o mercado antes da pausa do feriado do Dia de Ação de Graças, comemorado nesta semana nos Estados Unidos, e corrigindo parte das baixas de mais de 20 pontos observadas na sessão anterior. Dessa forma, as cotações fecharam o dia com altas de mais de 7 pontos nos principais contratos, com o janeiro/19 valendo US$ 8,81 e o maio/19, US$ 9,07 por bushel. Mais cedo, o mercado testou altas de mais de 10 pontos na CBOT.

“O mercado da soja caminha cautelosamente hoje, depois das vendas generalizadas (de posições) ontem em todos os grãos. As vendas lenta, o progresso da colheita aquém do esperado, o posicionamento antes do feriado, tudo isso está dando suporte aos preços”, diz Jason Roose, analista de mercado da U.S. Commodities.

Além disso, ainda hoje observa também um novo anúncio de venda por parte dos americanos de 123,567 mil toneladas da safra 2018/19 para destinos não revelados. O reporte, em um momento de falta de novidades, acabou dando espaço para novos, embora pequenos, ganhos para a soja na CBOT.

As atenções também se voltam, além da questão da disputa entre China e EUA, para o posicionamento dos fundos investidores. Segundo explicaram os analistas da ARC Mercosul, o volume de posições vendidas na soja tem aumentado consideravelmente nas últimas semanas. Na contramão, o trigo trouxe uma retração de 14mil posições para o lado da compra, ainda segundo os executivos.

“A maioria dos operadores da soja se mantém no lado vendido desde meados de junho, com a concretização do início da Guerra Comercial”, diz a consultoria ARC.

Nos EUA, a colheita da soja passou, em uma semana, de 88% para 91% da área. O ritmo ainda se mostra um pouco abaixo da média e do registrado no mesmo período do ano passado, sendo, em ambos os casos, 96% do total.

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