Soja: Chicago cede nesta 3ª feira e parte da pressão vem da competitividade do produto do Brasil

O mercado da soja tem uma terça-feira típica de “virada”, como diz o jargão dos traders, depois das boas altas registradas na sessão anterior. Perto de 11h35 (horário de Brasília), as cotações da oleaginosa recuavam entre 6,50 e 7,50 pontos nas posições mais negociadas, levando o janeiro a US$ 12,67 e o maio, US$ 12,88 por bushel.

Segundo explicam analistas e consultores, trata-se de um movimento de realização de lucros, de correção depois da subida de mais de 10 pontos na sessão anterior, motivada, principalmente, pelo rally apresentado pelo trigo, que marcou suas máximas em nove anos na CBOT.

Além dos ajustes, o mercado ainda se foca em seus próprios fundamentos. Entre eles estão o clima na América do Sul e o desenvolvimento das lavouras, especialmente no Brasil e na Argentina – com atenção à falta de chuvas em regiões pontuais argentinas e do sul brasileiro, mas com as notícias sendo boas, em linhas gerais – bem como o comportamento da demanda chinesa e dos preços dos derivados.

E no final da manhã desta terça-feira, os futuros do farelo de soja perdiam mais de 1%, enquanto no óleo o recuo era mais tímido, de 0,3%. Ambos também realizavam lucros depois das últimas altas.

“Os futuros da soja na CBOT devolvem os ganhos de ontem, de olho na normalização do mercado de farelol nos EUA e a queda dos óleos vegetais”, explicam os analistas de mercado da Agrinvest Commodities.
Ainda de acordo com a consultoria, o avanço dos números de casos de Covid-19 na Europa passou a ser uma preocupação grande, novamente, para o mercado e se estende para outros setores, inclusive o de petróleo.
E esse peso vem, principalmente, sobre os óleos vegetais, uma vez que a Europa é importante importador destes produtos, em especial do óleo de palma. “No entanto, ainda corre port fora o aumento do uso global para biocombustíveis”, afirma o time da Agrinvest.

Ao lado de todos estes fatores há ainda a competitividade da soja brasileira que permanece forte e presente. Ainda de acordo com a Agrinvest, “as tradings estão agressivas nas compras de soja no Rio Grande do Sul, soja que será embarcada em dezembro, reduzindo o potencial de crescimento do programa americano”.

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