Soja atinge novo recorde com 133,8 milhões de toneladas

A estimativa para a safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas em 2021 foi reduzida pelo quinto mês consecutivo e, com a informação de agosto, a produção deve ficar 1,0% abaixo da de 2020. A safra de 2021 deverá alcançar 251,7 milhões de toneladas, sendo 2,4 milhões de toneladas inferior ao recorde do ano passado, de 254,1 milhões de toneladas. Entre as causas do declínio estão a falta de chuvas e também as geadas que ocorreram em algumas das principais unidades produtoras no final de julho. E o milho foi a commoditie mais prejudicada.Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado nesta quinta-feira (9) pelo IBGE. O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos do grupo, representando 92,4% da estimativa da produção e 87,6% da área a ser colhida.

“O ano agrícola, em geral, começa em setembro do ano anterior, que é quando se inicia o plantio. Porém, para plantar, o produtor precisa de que haja umidade no solo e, como houve falta de chuvas nesse período de 2020, esse plantio atrasou muito, sendo iniciado apenas na segunda quinzena de outubro. O que acabou prejudicando o milho 2ª safra, plantado após a colheita da soja, que teve sua “janela de plantio” reduzida, deixando as lavouras mais dependentes do clima. Como as chuvas não se confirmaram, houve drástica redução no rendimento médio, e consequentemente na produção”, explica Carlos Barradas, gerente da pesquisa.

Com uma área a ser colhida de 19,6 milhões de hectares e um rendimento médio de 4.499 quilos por hectare, a produção do milho teve sua estimativa reduzida em 4,7% frente à estimativa de julho, totalizando 87,3 milhões de toneladas. Em relação a 2020, a safra deve ser 15,5% menor, embora haja aumentos de 6,8% na área plantada e de 6,2% na área a ser colhida. Cabe ressaltar ainda que algumas unidades da federação, como é o caso do Paraná e do Mato Grosso do Sul, sofreram também com a ocorrência de geadas no final de julho, havendo redução da produtividade.
Soja atinge novo recorde com 133,8 milhões de toneladas

Por outro lado, a produção de soja continua a elevar seus recordes. Com sua colheita já concluída, a leguminosa atingiu 133,8 milhões de toneladas, com aumento de 0,3% em relação ao que foi estimado no mês anterior e de 10,1% em relação à safra de 2020 – o equivalente a 12,2 milhões de toneladas.

“A cultura se desenvolveu de maneira satisfatória na maioria dos estados, apesar do significativo atraso no plantio. Amapá e Alagoas foram os estados que mais elevaram suas estimativas em agosto, em 41,3% e 150,6%, respectivamente. Já o Piauí reduziu, em 1,1%, devido aos problemas climáticos ocorridos durante o ciclo da cultura, com queda de 1,9% na produtividade das lavouras, mas, em comparação com o ano anterior, o estado produziu 10,9% a mais que em 2020”, ressalta Barradas.

Ele acrescenta que os estados que compõem o eixo chamado de Matopiba vêm propiciando a expansão das lavouras de soja e, este ano a área plantada aumentou em 73,4 mil hectares no Piauí, em 46,2 mil hectares no Maranhão, em 23,5 mil hectares no Tocantins e em quase 80,0 mil hectares na Bahia.

Centro-Oeste é a única região com queda em relação ao ano anterior

Apenas o Centro-Oeste deve ter redução (-6,1%) no volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas em relação a 2020. A região, no entanto, é maior produtora do Brasil (45,5% do total), e deverá somar uma safra de 114,4 milhões de toneladas.

O Sul, que responde por 30,8% da produção do país, deve fechar 2021 com 77,5 milhões de toneladas de grãos; o Sudeste, que responde por 10,2%, com 25,7 milhões de toneladas; Nordeste (9,1%), com 23,0 milhões de toneladas e Norte (4,4%), com 11,1 milhões de toneladas. Em relação ao ano de 2020, o Sul deve ter alta de 6,0%; o Nordeste, de 1,8%; o Sudeste, de 0,1% e o Norte, de 0,9%.

Entre as unidades da federação, o Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 28,2%, seguido pelo Rio Grande do Sul (14,9%), Paraná (13,5%), Goiás (9,3%), Mato Grosso do Sul (7,7%) e Minas Gerais (6,1%), que, somados, representaram 79,7% do total nacional.

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