Os prêmios para a soja brasileira mais uma vez, nesta quinta-feira (9), foram destaque no mercado nacional. As principais posições de entrega terminaram o dia com altas de 8,33% a 28,57% e variando, no porto de Paranaguá, entre 45 e 65 cents de dólar acima as referências de Chicago. Nos melhores momentos do dia, os indicativos chegaram a bater nos 70 centavos.
Ainda assim, os negócios foram poucos. O que subiram os prêmios compensou apenas parte das baixas registradas na CBOT. Os futuros da oleaginosa caíram mais de 14 pontos nos principais contratos e, ao longo do pregão, as perdas foram ainda mais intensas. O contrato maio chegou a operar abaixo dos US$ 8,00 por bushel. O julho fechou com US$ 8,12.
Dessa forma, ao final do dia, os preços d soja terminaram com leves quedas nos portos, com referências distantes das desejadas pelos vendedores. E é isso que ainda mantém os negócios pontuais e localizados.
Ainda assim, a demanda pela soja brasileira segue forte, o que tem sidonum dos principais combustíveis para os prêmios neste momento, ao lado das baixas intensas do mercado internacional. Ainda em guerra comercial com os EUA afinal, a China, maior compradora mundial da oleaginosa, segue focada na oferta da América do Sul.
Embora o Brasil se mantenha como seu principal fornecedor, a Argentina esse ano corre por fora, ampliando sua concorrência.
BAIXAS EM CHICAGO
As vendas semanais de soja dos Estados Unidos divulgadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) tiveram um desempenho bem abaixo do esperado e vieram para pressionar ainda mais os preços da commodity na Bolsa de Chicago.
Na semana encerrada em 2 de maio, o resultado das vendas para exportação dos EUA ficou negativo, com o saldo resultando no cancelamento de 149,1 mil toneladas. O mercado, porém, esperava algo entre 350 mil e 1,1 milhão de toneladas.
Assim, o total comprometido de soja pelo país caiu para 44.988,2 milhões de toneladas, e o USDA espera que as exportações americanas finalizem a temporada em 51,03 milhões de toneladas. Na ano passado, nesse mesmo período, o total das vendas americanas era de 55.124,6 milhões de toneladas. E nesta temporada, o programa de exportações do EUA é o mais lento em anos.
GUERRA COMERCIAL
O mercado ainda sente a pressão da tensão entre China e Estados Unidos e se prepara para a vista do vice-premier chinês a Washington, que começa hoje. A Casa Branca recebeu a indicação de que a nação asiática quer firmar um acordo com os americanos, porém, tudo se mantém no campo das especulações.
CLIMA NOS EUA
Paralelamente, os traders observam ainda a possibilidade de uma melhora nas condições de clima no Corn Belt, as quais poderiam estimular o plantio dos grãos, já atrasado na região. Confirmado esse cenário, mais pressão poderia ser sentida pela CBOT.
NOVO RELATÓRIO DO USDA
Também vindas do USDA, o mercado espera pelas informações do novo boletim mensal de oferta e demanda que será divulgado nesta sexta-feira, 10 de maio. Neste reporte chegam também as primeiras estimativas para a safra 2019/20 dos EUA.
Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas