Os preços domésticos do trigo encerraram o mês com uma alta média de 13,4% nas principais praças de produção do Brasil.
Segundo o analista de Safras & Mercado, Élcio Bento, esse movimento foi respaldado pela elevação das cotações na Argentina, 9,8%, e pela escassez de oferta interna.
“O primeiro fator eleva o custo de importação. O segundo permite que os vendedores locais ajustem suas pedidas e esse custo do produto estrangeiro”, disse.
No Paraná, a base de compra fechou o mês por volta de R$ 2.300/tonelada (t) e a de venda em R$ 2.500/t.
A paridade de importação FOB interior em relação ao trigo argentino está por volta de R$ 2.315/t.
No Rio Grande do Sul a base de compra ficou em R$ 2.150/t e os vendedores indicando interesse a partir de R$ 2.350/t. A paridade de importação FOB interior a R$ 2.250/t.
“Com os preços domésticos ajustados à paridade de importação as cotações domésticas tendem a perder o ímpeto altista. Esse sentimento é corroborado pela recente depreciação do dólar em relação ao real e pelo enfraquecimento das cotações internacionais”, explicou.
Chicago
A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou a terça-feira (31) com preços acentuadamente mais baixos. Segundo a Agência Dow Jones, o cereal foi derrubado pela notícia de que o presidente russo, Vladimir Putin, expressou prontidão para desbloquear cargas de grãos bloqueadas nos portos ucranianos.
Uma reunião foi marcada para a próxima semana para discutir a criação de um corredor marítimo de alimentos.
A fraca demanda nos Estados Unidos também apareceu como fator baixista. As inspeções de exportação norte-americana de trigo chegaram a 343.927 toneladas na semana encerrada no dia 26 de maio, conforme relatório semanal divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
O mercado esperava o número em 375 mil toneladas. Na semana anterior, as inspeções de exportação de trigo haviam atingido 275.541 toneladas. Em igual período do ano passado, o total inspecionado fora de 205.108 toneladas.
No fechamento desta terça-feira, os contratos com entrega em julho de 2022 eram cotados a US$ 10,87 1/2 por bushel, baixa de 70,00 centavos de dólar, ou 6,04%, em relação ao fechamento anterior. Os contratos com entrega em setembro de 2022 eram negociados a US$ 10,97 1/2 por bushel, recuo de 68,75 centavos ou 5,89% em relação ao fechamento anterior.
Fonte:CanalRural