Após anos de discussão com produtores, entidades e pesquisadores e, principalmente, depois das recentes alterações nos vazios sanitários de Estados limítrofes de Goiás, nesta semana a Agência de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) publicou no Diário Oficial do Estado a Instrução Normativa 002/2019, que altera a data final do vazio sanitário da soja de Goiás para a safra 2019/20. Agora os produtores rurais estão autorizados a fazer o plantio da oleaginosa a partir do dia 25 de setembro.
O assunto voltou à pauta após Minas Gerais ter liberado o início da semeadura a partir de 16 de setembro de cada ano, mesmo prazo definido pelos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
A medida aumentou o receio dos produtores das regiões fronteiriças, o que exigiu uma nova discussão sobre o tema. Em julho, produtores, técnicos e representantes da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO), da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa) e da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) chegaram ao entendimento quanto à solicitação para mudança no vazio sanitário de Goiás.
Por precaução, e tendo como base também as condições pluviométricas de Goiás, a alteração solicitada foi de apenas 06 dias. Isso evita o alongamento indesejado da janela de plantio, o que poderia trazer maior pressão da ferrugem asiática sobre as lavouras mais tardias.
“Nós temos muita responsabilidade com a cultura da soja em Goiás, especialmente com a defesa fitossanitária. Por isso, apoiamos a mudança mais comedida possível, antecipando seis dias e não 15, como ocorre nos Estados vizinhos”, explica o presidente da Aprosoja-GO, Adriano Barzotto.
Mesmo pequena, a antecipação também trará condições mais favoráveis à cultura do algodão safrinha, que precisa ser plantada precocemente, dentro do mês de janeiro, para se obter melhor qualidade da fibra.
Precaução
A Aprosoja-GO ressalta que a medida adotada em Goiás é de caráter experimental e, por enquanto, vale apenas para a safra 2019/20. As entidades envolvidas vêm trabalhando em conjunto com instituições de pesquisa públicas e privadas para realizar um criterioso monitoramento das condições de ferrugem asiática na safra que se inicia, visando avaliar os impactos da antecipação do plantio e orientar as futuras discussões sobre o tema.
O consultor técnico da Aprosoja-GO, Cristiano Palavro, destaca que, apesar de poder plantar mais cedo, é fundamental que os produtores sigam avaliando as condições de umidade para iniciar a semeadura da soja. “Assim o produtor evita prejuízos com a má formação do stand de plantas e também necessidade de replantio”, explica Palavro.
Fonte: Aprosoja GO