Passos para a autossuficiência do trigo

As pesquisas desenvolvidas desde as décadas de 1980 e 1990 apontam que a produção do trigo poderá ser realizada em lugares de diferentes condições climáticas. As áreas podem estar nas regiões norte, nordeste e de cerrado. A expansão da triticultura como segunda safra nas áreas tradicionais e das novas fronteiras agrícolas será o diferencial para a autossuficiência nacional.

Para conseguir a excelência na qualidade e maximizar produtividade, os pesquisadores buscam soluções no exterior. Materiais oriundos do México foram trazidos, cruzados e selecionados com outros no Brasil. Essas investigações possibilitaram criar variedades para a região do Cerrado.

A época de plantio e colheita do cereal está estabelecida. Na região no Sul, o cereal é conhecido como “cultura de inverno”. No Centro-Oeste, adaptada, a variedade passou a ser chamada de “trigo de primavera”, ou “trigo tropical”, pela capacidade de suportar climas mais quentes, como o do cerrado.

O trigo cultivado no Cerrado, embora ainda com narrativa curta acumulada, repercute no cenário mundial:

•    No município de Cristalina, em Goiás, a 130 quilômetros de Brasília, o produtor Paulo Bonato bateu recorde global de produtividade em quilos por hectare/dia, com 9.600 quilos em 110 dias, para uma área irrigada de 51 hectares.

•    Já na região do Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF), a 60 km de Brasília, a produtividade chega a 6 mil hectares e a área evoluiu de 3,1 mil hectares para 3,6 mil entre as safras de 2020/21 e 2021/22.

No Distrito Federal (DF), o trigo também avança muito espaço, principalmente na região agrícola do PAD-DF, localizada a 60km da área central de Brasília. A média de produtividade, de acordo com o pesquisador Júlio César Albrecht, da Embrapa Cerrado, já chega a 6 mil quilos por hectares e a produção evolui de 3,1 mil hectares para 3,6 mil hectares, de 2021 para 2022.

Júlio Albrecht, pesquisador da Embrapa Cerrados no Programa de Melhoramento Genético de Trigo, explica que “a produtividade do cultivo irrigado alcança seis toneladas por hectare, enquanto a média nacional fica em três toneladas. De excelente qualidade industrial, em função do clima e do manejo, as variedades cultivadas geram matérias-primas para panificação”.

Dessa maneira, a produção de trigo avança na Região do Cerrado do Brasil Central. A geração e a adoção de tecnologias para produtividades rentáveis asseguram esse crescimento.

A expansão da área de cultivo de trigo tropical traz uma série de benefícios. Dinamiza a economia regional e contribui com a balança comercial. Ao mesmo tempo, aumenta a oferta de matéria-prima para o processamento da farinha na indústria moageira. Isso faz chegar o pão aos maiores centros consumidores do Brasil.

O manejo da cultura do trigo de sequeiro no ambiente do Brasil Central dispõe de informações técnicas para montar o plano integral da produção. O processo acompanha a implantação da lavoura, colheita e armazenagem de grãos, de modo a garantir eficiente crescimento da triticultura tropical.

Apesar de ser cultura nova no DF, a rotação de cultura com o trigo aumenta a biodiversidade do sistema para controlar pragas e doenças, sendo importante componente para garantir ganhos econômicos e agronômicos para o produtor. Guilherme Brenner, presidente da cooperativa pela Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF) destaca que “em todo Cerrado alto, em torno de 800 metros de altitude, é possível plantar trigo de sequeiro, com baixo investimento”

Fonte:Agrolink

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