“Nossa estratégia poderia ser aplicada a amendoins destinados à exportação”
Pesquisadores da Universidade Nacional de Rio Cuarto (UNRC) e do Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (CONICET), da Argentina, comprovaram que a estratégia pode impedir que diferentes patógenos afetem a qualidade e o sabor daquele produto armazenado por longos períodos de tempo. Assim, desenvolveram microcápsulas repletas de compostos que protegem os alimentos de todas essas adversidades.
Antes de serem distribuídos e exportados, os amendoins armazenados podem ser atacados por fungos e outros patógenos, perdendo assim sua qualidade e sendo um veículo para toxinas que são perigosas para a saúde humana. Segundo a Dra. Daiana Garcia, membro do Laboratório de Ecologia Microbiana, liderado pela Dra. Miriam Etcheverry no Departamento de Microbiologia e Imunologia da Faculdade de Ciências Exatas e físico-químicas naturais da UNRC, a técnica pode ser usada para preservar grãos exportados.
“Nossa estratégia poderia ser aplicada a amendoins destinados à exportação que são armazenados por longos períodos de tempo. Assim, a combinação de boas práticas de higiene com armazenamento tratados com nossas microcápsulas poderia garantir uma qualidade de amendoim seguro, sem alterações em suas propriedades sensoriais”, comenta.
Como revela a revista ‘International Journal of Food Microbiology’, Etcheverry, García e uma equipe de colegas desenvolveram microcápsulas feitas com materiais inofensivos como gelatina sem sabor e goma arábica. E dentro eles incorporaram um antioxidante de qualidade alimentar, hidroxibutilanisole ou BHA, por sua sigla em inglês.
A análise também revelou que o sabor dos grãos de amendoim não foi afetado pela formulação utilizada e o dano causado pelos insetos foi sempre menor que 3%. Também não afetou a acidez e as propriedades sensoriais do fruto. “Esses resultados mostram que a formulação do BHA poderia ser transferida para o setor produtivo”, disse García.
Por: AGROLINK -Leonardo Gottems