Goiás registra semana com taxa zero de incêndios em unidades de conservação

O Estado de Goiás registrou uma semana sem qualquer ocorrência de incêndios em suas unidades de conservação ambiental. O dado está no Boletim Queimadas nº 06, que se resume a um levantamento realizado pelo Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo) da Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).

Segundo o relatório, no entanto, em relação à semana anterior, houve um aumento de 45% no número de queimadas registradas, de 51 para 74. A principal preocupação da Semad, hoje, é a região Sudoeste do Estado, que sozinha concentrou 47% dos focos, 35 dos 74. O município de Turvelândia liderou o registro de queimadas, com 7 casos.

Outro detalhe é que Goiás já ultrapassou a barreira dos 50 dias sem chuvas e mantém uma média de umidade relativa do ar entre 20% a 30%. Segundo André Amorim, gerente do Cimehgo, as projeções dos satélites apontam para uma manutenção da seca e da baixa umidade para as próximas semanas.

“O momento é de redobrar o alerta para as queimadas nas regiões urbanas, que pioram significativamente a qualidade do ar. Em tempos de pandemia, com o sistema hospitalar sobrecarregado, o cenário demanda mais atenção coletiva”, afirma.

As informações do Boletim Queimadas levam em consideração dados obtidos por meio do satélite de referência aqua (M-T), instrumento em que os focos de calor detectados são utilizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) como referência de dados oficiais. Os focos de queimadas em áreas urbanas são detectados pelo satélite NPP-375.

Aceiros
O Governo de Goiás mantém uma equipe de servidores da Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e brigadistas da Aliança da Terra na região da Área de Proteção Ambiental (APA) do Pouso Alto para orientação de produtores rurais a respeito da realização de aceiros como forma de prevenir incêndios.

A Instrução Normativa 5/2020, publicada em 29 de junho, trouxe a possibilidade de produtores rurais obterem, de forma célere e desburocratizada, autorização para a realização de aceiros em suas propriedades. O fogo poderá ser empregado até o dia 20 de julho, mas as ações com maquinário poderão ser feitas até 30 de agosto.

O grupo tem feito visitas a áreas consideradas estratégicas para o combate aos incêndios na região, entre fazendas, áreas públicas e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). Todos os protocolos de segurança sanitária da Organização Mundial da Saúde (OMS) são seguidas de forma rígida pelos profissionais envolvidos no trabalho, como forma de evitar a disseminação do Covid-19.

Segundo a secretária Andréa Vulcanis, o principal objetivo do trabalho é criar uma relação de confiança com os proprietários rurais. “O ideal é que todos estejam unidos em prol da preservação do meio ambiente e da construção de um modelo sustentável na região. Então, nosso trabalho é levar as informações, orientar, ouvir as demandas e estreitar as relações entre governo e cidadão”, afirma. “Muitos estão ali há algumas gerações, têm conhecimentos importantes que auxiliam nossos técnicos na elaboração de planos de prevenção e de combate às queimadas”, completa.

A partir das visitas, a intenção da Semad é também construir uma agenda específica de desenvolvimento sustentável na região, utilizando as informações colhidas entre os produtores e proprietários rurais.

A APA do Pouso Alto, localizada na microrregião da Chapada dos Veadeiros, região Nordeste de Goiás, ocupa mais de 2% de todo o território estadual e é um importante mecanismo de preservação ambiental de um dos últimos rincões de cerrado virgem do mundo. Sua área, de 872 mil hectares, abrange os municípios de Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Teresina de Goiás, Colinas do Sul, São João d’Aliança e Nova Roma.

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