Os riscos para a produção agrícola brasileira em regime de El Niño são diversos. Veja abaixo:
Excesso de chuvas: Durante o El Niño, geralmente há um excesso de chuvas, especialmente na região Sul do Brasil, quue pode afetar o crescimento das culturas e a produção agrícola. O excesso de chuvas pode ser benéfico para algumas culturas durante a semeadura, crescimento e enchimento dos grãos, mas pode ser prejudicial para outras, dependendo do momento do ciclo de desenvolvimento. Por exemplo, durante a colheita, o excesso de chuva pode aumentar a incidência de doenças e causar perdas na qualidade dos grãos.
Impacto nas culturas de verão e inverno: No sul do Brasil, o fenômeno El Niño tende a favorecer as culturas de verão (como soja, milho, feijão, pastagens, etc.) e prejudicar as culturas de inverno (como trigo, cevada, aveia, triticale, canola, etc).
Impacto na região Nordeste: A circulação atmosférica na região tropical é fortemente influenciada pelos padrões de temperaturas dos Oceanos Pacífico e Atlântico tropicais. Quando o fenômeno El Niño acontece, geralmente, é observado um decréscimo na média de chuvas na região Nordeste do Brasil.
Estratégias de manejo de cultivos: Existem algumas estratégias de manejo de cultivos com base em previsões do fenômeno El Niño. Por exemplo, começar a semeadura no início do período recomendado, evitar semear com o solo exageradamente úmido, escolher cultivares resistentes às principais doenças fúngicas, entre outras.
O metereologista do Portal Agrolink, Gabriel Rodrigues, conclui que, as projeções e as condições atmosféricas já observadas, estão sugerindo a atuação de um evento de El Niño potencialmente forte, com forte possibilidade de ser classificado como um “Super El Niño”. Este cenário deverá ser acompanhado de perto pelos produtores rurais, pelos acionistas e toda a cadeia produtiva do agronegócio global. O quadro climático está desenhando uma situação complexa e delicada, aumentando os riscos da produção agrícola mundial.
Fonte:Agrolink