Medida visa conter o tráfico de drogas

A Colômbia quer usar o glifosato novamente em larga escala após quatro anos ter sido um dos primeiros países do mundo a restringir seu uso devido a preocupações sobre seus efeitos na saúde humana e no meio ambiente. Neste caso, a situação de urgência se deve à necessidade do controle da coca.

De acordo com o correspondente Andrés Bermúdez Liévano, do portal especializado chinês, AgroPages, para fazer isso, o produto químico preferido pelo governo é um pesticida chinês. “Com o potente herbicida sendo tema de debates políticos acalorados e processos legais na Europa e nos EUA, o presidente Iván Duque quer reintroduzir o glifosato como sua principal arma para combater o cultivo ilícito de coca e o tráfico de cocaína, um derivado da planta”, comenta.

Em grande parte do mundo, o debate sobre o uso do glifosato centrou-se no agronegócio e na jardinagem. No entanto, na Colômbia, o herbicida é sinônimo de duas décadas de políticas antidrogas que visam combater o lucrativo negócio do tráfico de cocaína. Durante anos, a principal estratégia do governo colombiano envolveu a pulverização aérea de plantações de coca, que tinham apoio político e econômico dos EUA.

“Isto foi sustentado pela crença, seriamente questionada hoje, de que uma política antidrogas deveria se concentrar em controlar o fornecimento de drogas dos países produtores, como a Colômbia, em vez de se concentrar no combate à demanda em países consumidores mais ricos. Durante anos, isso significou que a maior parte do orçamento antidrogas da Colômbia foi para a fumigação de plantações de coca com o glifosato, afetando principalmente os agricultores e fazendo pouco para quebrar os elos mais lucrativos do comércio de cocaína”, conclui.

Por: Agrolink -Leonardo Gottems