Por Marcelo Teixeira
SÃO PAULO (Reuters) – Os cafeicultores do Brasil, maior produtor do mundo, basicamente finalizaram, de forma adiantada, a colheita da safra deste ano, informou em relatório nesta quinta-feira a consultoria Safras & Mercado.
Segundo a Safras, os agricultores já colheram 98% da safra, valor acima dos 94% vistos em igual período do ano passado e também à frente de uma média de cinco anos, de 92%.
O ritmo da colheita neste ano foi mais rápido devido às condições climáticas anormais, que levaram à floração precoce e, consequentemente, ao desenvolvimento antecipado das cerejas, apontou o estudo.
A consultoria espera que Brasil produza 58,9 milhões de sacas de 60 kg de café neste ano, não muito abaixo da máxima recorde registrada em 2018, de 62 milhões de sacas, e maior produção já registrada para um ano de baixa no ciclo produtivo bienal do café.
“Há apenas algumas varreduras a serem feitas em algumas fazendas. A colheita está praticamente encerrada”, disse o analista de café da Safras, Gil Barabach.
O analista afirmou que apesar do tamanho razoável da safra, agricultores estão desapontados com a qualidade geral.
“Especialmente nos estágios finais da colheita, o resultado não foi bom, com mais café de notas mais baixas, o que irá trazer menores preços de venda”, disse ele.
A consultoria estimou que os cafeicultores venderam até aqui 43% da atual safra, mais do que o visto no mesmo período de 2018, quando haviam comercializado 38%, e também acima da média de cinco anos, de 37%.
A Safras afirmou que a colheita mais veloz e a necessidade de se gerar receita para que os custos de colheita sejam cobertos foram os principais fatores para a rápida venda.
(Reportagem de Marcelo Teixeira)
Fonte: Notícias Agrícolas / Reuters