A China está prestes a autorizar o cultivo de plantas com edição de genes, já tendo publicado as regras de teste para a aprovação da tecnologia. De acordo com o portal especializado Agriculture, o objetivo dos asiáticos é abrir caminho para acelerar a evolução das culturas na busca de “reforçar sua segurança alimentar”.
As novas diretrizes, publicadas pelo Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais na segunda-feira (24/01), ocorrem em meio a uma série de medidas destinadas a reformar a indústria de sementes da China. O segmento é visto como um elo mais fraco nos esforços para garantir a alimentação da maior população do mundo.
A decisão vem na sequência de deliberações recentes dos órgãos reguladores dos Estados Unidos, Brasil e Argentina, entre outros países, que consideraram que a planta com edição genética não é considerada um organismo geneticamente modificado (OGM). A CTNBio brasileira anunciou sua posição em pleito da tecnologia Bioheuris.
Além disso, Pequim também aprovou recentemente novos regulamentos abrindo caminho para a aprovação de mais culturas OGM. “Dado o forte investimento do governo chinês na edição do genoma, esperamos o lançamento de uma política relativamente aberta nos próximos anos”, escreveu o Rabobank em um relatório de dezembro.
De acordo com essa instituição financeira, os institutos de pesquisa da China já publicaram mais pesquisas sobre culturas geneticamente editadas orientadas para o mercado do que qualquer outro país. A precisão dessa tecnologia a torna mais rápida do que a reprodução convencional ou a modificação genética, além de também reduzir o custo.
A regulamentação também é menos complicada em alguns países, tais como os Estados Unidos, embora a União Europeia ainda esteja revisando sua legislação sobre a tecnologia. “Isso realmente abre as portas para o melhoramento de plantas. É uma oportunidade infinita para melhorar as colheitas com mais precisão e muito mais eficiência”, disse Han Gengchen, presidente da empresa de sementes Origin Agritech.
As regras preliminares estipulam que, uma vez que as plantas editadas por genes tenham concluído os testes-piloto, um certificado de produção pode ser solicitado, eliminando os longos testes de campo necessários para a aprovação de uma planta GM. Na prática, isso significa que pode levar apenas um ano ou dois para obter a aprovação de uma planta editada por genes, disse Han, em comparação com cerca de seis anos para plantas geneticamente modificadas.
Fonte:Agrolink