A semeadura do milho de primeira safra, para a temporada 2021/22, apesar da menor escala quando comparada com o exercício anterior, foi marcada pela continuidade dos efeitos do clima, caracterizado pelo atraso e inconstância das condições climáticas, nas diversas regiões produtoras. No final de outubro, 44% das lavouras já haviam sido semeadas no país, um pequeno atraso em relação ao mesmo período da safra anterior.
Segundo o 2º Levantamento da Safra de Grãos divulgado, nesta quinta-feira (11), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a primeira safra do grão deve render 28.6 milhões de toneladas, um avanço de 15,7%. Já a segunda safra deve somar 86.2 milhões de toneladas, alta de 42%. Por fim o terceiro ciclo tem expectativa de 1.8 milhão de toneladas, acréscimo de quase 19%. Com isso a safra 2021/22 deve crescer 34,1% e somar 116,7 milhões de toneladas. A companhia projeta um aumento de 28% da produtividade das lavouras. A área plantada deve crescer 4,8% e chegar aos 20.8 milhões de hectares.
Em relação aos dados de demanda doméstica, a Conab projeta 72,3 milhões de toneladas a serem consumidas no ano-safra 2020/21, um aumento de 5,4%, comparado a 2019/20, a projeção é sustentada no bom desempenho das exportações da indústria de proteína animal em 2021. Nesse sentido, em 2022 o setor deve manter o crescimento, de modo que se espera 76 milhões de toneladas a serem demandadas internamente ao longo da safra 2021/22. “Cabe lembrar que o desempenho da economia mundial em 2022 será determinante na sustentação da demanda pela proteína animal brasileira. Assim, a Conab mantém a sua projeção de importação de milho em 2,3 milhões de tonelada da safra 2020/21, e projeta um volume de 900 mil toneladas na safra 2021/22”, diz o boletim. A redução de 61% para a próxima safra ocorre diante da expectativa de aumento da disponibilidade do cereal no mercado nacional em 2022.
Para as exportações estão previstas 20 milhões de toneladas de milho da safra 2020/21 a serem exportadas. Para a safra 2021/22, frente ao aumento da produção e de uma moeda doméstica desvalorizada, a Conab estima que 36,7 milhões de toneladas serão exportadas. Em relação aos ajustes citados, o estoque esperado ao fim do ano-safra 2020/21 é de 7,6 milhões de toneladas, redução de 28,3% em comparação à safra anterior. Esse arranjo é explicado, principalmente, pela redução da produção total de milho causada pela menor disponibilidade hídrica durante o desenvolvimento das lavouras de segunda safra. Para a safra 2021/22 espera-se que o estoque final deverá ser de 12,5 milhões de toneladas, dado que indica a recomposição da disponibilidade interna do cereal para atender a demanda no período da entressafra brasileira.
Fonte: Agrolink