Na região Nordeste da Argentina, a área com plantas daninhas resistentes ao glifosato começou a crescer significativamente nos últimos 10 anos e atingiu 37% da superfície. O custo dos herbicidas necessários para controlar essas espécies também aumentou, para além dos 100 US$/ha, lembra María José Galdeano, consultora da CREA Charata, uma associação civil sem fins lucrativos de empresários agrícolas da Província do Chaco.
“Diante dessa situação, em 2012, começamos a testar equipamentos de pulverização seletiva para aplicar herbicida apenas no ponto detectado como plantas invasoras durante o pousio. Em 2014 já havia 14 equipes na área e hoje existem 208 trabalhando na região do CREA Chaco Santiagueño”, acrescenta.
Através da luz infravermelha, ferramentas como “Wed Seeker” e “Weed It” identificam espécies indesejáveis desde muito cedo. Em seguida, pulverizam com o herbicida através de uma aplicação específica, sem desperdiçar o produto em áreas onde não há presença de plantas daninhas.
“O sucesso de sete anos de trabalho com pulverização seletiva, combinado com a prática de rotação de culturas, foram muito importantes: uma economia no uso de herbicidas de 73% em média e uma redução de custos no controle de ervas daninhas de 33% em Dólares. Simultaneamente, foi possível reduzir a superfície com ervas daninhas problemáticas de 37% para 13%, através do uso de herbicidas específicos aplicados de maneira seletiva”, enumera.
Além disso, o impacto ambiental da aplicação de agroquímicos foi reduzido em 60%. Esse efeito é medido pelo Coeficiente de Impacto Ambiental da Universidade de Cornell. Trata-se de um indicador que se refere ao dano potencial de produtos aplicados a espécies vulneráveis ou dano físico ao ecossistema.
O índice obtém dados de uma lista que considera o impacto de cada produto no aplicador, no consumidor e no meio ambiente; Também avalia a toxicidade em plantas, pássaros, peixes e insetos benéficos e analisa a meia-vida no solo e o modo de ação, além de levar em consideração os efeitos crônicos na saúde humana, entre outros fatores.
Fonte: Agrolink Por Leonardo Gottems
Crédito: DP