Há uma movimentação muito saudável por parte dos grandes produtores de Feijão do Brasil. Ainda que os preços estejam excelentes, estes produtores têm se mobilizado em duas direções. A primeira delas é a questão tributária. (Amanhã analisaremos a segunda direção.)
Em Minas Gerais, onde o ICMS é 100% presumido, portanto é zero, estão mobilizados para que a formalização de todas as operações evitem que os produtores fiquem expostos como aconteceu recentemente. Ainda que todas as vendas ocorressem com emissão de notas fiscais destes produtores, alguns elementos se passavam ao longo de alguns anos como corretores, mas na verdade faziam parte de quadrilhas de contraventores e sonegadores e ganhavam desonestamente em cima do preço pago ao produtor, uma margem que os próprios produtores desconheciam. Corretores não compactuam com crimes de sonegação, ganham comissões previstas em contratos transparentes para os dois lados. Uma vez que os produtores foram responsabilizados por terem emitido notas fiscais para empresas que se tornaram fantasmas, se viram envolvidos em operações da Receita Federal. Este movimento levará a um encurtamento da distância entre os produtores e os empacotadores. A atuação de corretores credenciados e capacitados continuará bem-vinda, mas os produtores entendem que precisam manter um relacionamento mais próximo dos compradores. O noroeste de Minas Gerais estuda desenvolver um projeto que atenda às necessidades de transparência e liquidez. Em breve haverá novidades.
O mercado ontem apresentou novamente um bom volume reportado por produtores, cerealistas e corretores até mais tarde da noite. Em Goiás, principalmente, ocorreram muitos negócios ao redor de R$ 320/325 no produto nota 9 acima. No Paraná, diversos pequenos volumes foram negociados entre R$ 310/325.
O feijão-preto continua estável e tem se observado que havia um volume maior do que se supunha em poder dos produtores. Já se sabia que na última safra, em vista do clima seco, não precisariam de secador, etc., tinham guardado o Feijão na fazenda. Agora, somado este estoque ao volume de Feijão que entrou da Argentina, o mercado tem patinado entre R$ 190/200, FOB Paraná.
Fonte: Notícias Agrícolas