O cenário de exportação de milho se consolida com uma forte redução em relação à safra anterior, com uma queda de 42,5%, saindo de 29,55 para 16,99 milhões de toneladas embarcadas de janeiro a novembro. Os dados são do Boletim Logístico da Conab.
Dentre os principais fatores de influência cita-se: a quebra da safra de estados importantes como Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás, bem como os elevados preços internos acima da paridade de exportação, que favoreceram o redirecionamento do mercado tradicionalmente exportador no 2º semestre, para atendimento da aquecida demanda doméstica.
No entanto, fatores como a alta do dólar ao longo do mês de novembro, bem como cotações do grão na Bolsa de Chicago, somados aos prêmios variando entre USCents 97,00 a 103,00/bu, nos portos brasileiros, para os mês de dezembro, é possível que haja um novo interesse por parte de alguns produtores que ainda detém estoques de milho para negociar com vistas à exportação. Muito provavelmente, estas negociações tendem a vir do estado de Mato Grosso, visto que as perdas nesse estado não foram significativas.
O que chama atenção é a diferença no volume embarcado do estado de Goiás, que teve uma queda brusca de 3,59 milhões para 885,71 mil toneladas exportadas no acumulado do ano, denotando o impacto da perda de produção na dinâmica de movimentação de cargas de grãos no segundo semestre deste ano para o referido estado.
Contudo, percebe-se que mesmo com a forte diminuição nos embarques do milho neste ano, o impacto no volume total do complexo de portos do Arco Norte foi menos significativo que no porto de Santos, inclusive para o porto de Itacoatiara houve um incremento de volume embarcado. Neste contexto, espera-se que para o próximo ano-safra, o volume de milho embarcado por esses portos seja bem mais acentuado, possivelmente podendo representar uma participação acima de 50,0% do total de milho exportado.