A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, no seu mais recente boletim semanal, anunciou que a volta do La Niña acontecerá nas próximas duas semanas. Além disso, existe 70% a 80% de chance de o fenômeno atuar durante o verão brasileiro, ou seja, de dezembro a fevereiro.
De acordo com informações da Metsul Meteorologia, a última semana de setembro tem anomalia de temperatura da superfície do mar de -0,3ºC na denominada região Niño 3.4, no Pacífico Equatorial Central, que é usada para definir se há El Niño ou La Niña. “O valor está perto do limite inferior da faixa de neutralidade e muito próximo do patamar de La Niña que é de -0,5ºC ou menos. Já o Pacífico Equatorial Leste, a chamada região Niño 1+2, que costuma impactar as precipitações no Sul do Brasil, apresentava anomalia de +0,2ºC, igualmente no terreno da neutralidade, mas na faixa positiva”, diz a meteorologista da empresa Estael Sias.
“Por que a NOAA indica uma alta probabilidade de La Niña nos próximos meses? Os dados de águas subsuperficiais, da superfície até 500 metros de profundidade no Oceano Pacífico Equatorial, mostram uma grande “piscina” de águas mais frias do que a média e que cresceu em extensão nas últimas semanas”, completa.
Nesse mesmo contexto, a especialista indica que a “tendência é que estas águas mais frias alcancem a superfície por um processo chamado de ressurgência, o que levaria a um resfriamento maior das águas superficiais e a instalação de um evento de La Niña, que seria o segundo seguido. Ademais, os índices de calor latente do oceano na região equatorial estão negativos e no mesmo patamar do final de outubro de 2020, no maior mínimo alcançado no episódio do fenômeno no ano passado”.