Em vigor desde o dia 24 de julho, a proibição da utilização e comercialização de 2,4-D em sua formulação “butil e isobutil éster” já está sendo alvo de fiscalização na Argentina. A medida foi implementada por decisão do Senasa (Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Alimentar), e prevê sanções ainda para quem importar, elaborar e fracionar o herbicida.
“A aplicação e o uso dessas formulações podem causar prejuízos às culturas agrícolas, florestais ou outras, devido à sua alta volatilidade nas diferentes regiões do país”, justificou o Senasa argentino.
O engenheiro e diretor-geral de Inspeção e Controle da agência governamental na cidade de Córdoba (Norte da Argentina), Gustavo Balbi, afirmou: “Hoje existem tecnologias que ultrapassam em muito o uso deste tipo de ferramentas e devemos nos adaptar ao seu uso para um desenvolvimento produtivo cada vez mais sustentável”.
Em caso de não cumprimento, o Senasa estabelece o confisco, suspensão ou qualquer outra medida que seja aconselhável de acordo com as circunstâncias de risco para a saúde pública ou o meio ambiente.
E O BRASIL?
Os produtores rurais brasileiros teriam um gasto adicional de R$ 1,6 bilhão por ano caso os herbicidas à base de 2,4-D sejam banidos, forçando sua substituição por outras moléculas. É o que aponta uma pesquisa que mapeia os aspectos biológicos e econômicos do uso desse agroquímico, realizada pelos engenheiros agrônomos e pesquisadores especializados no tema, Robinson Osipe e Jethro Barros Osipe.
De acordo com o estudo, o custo extra com a retirada do 2,4-D da agricultura do Brasil equivale a 417,76% a mais do montante utilizado com o defensivo para o manejo e controle de plantas daninhas. “A retirada do 2,4-D do mercado agrícola brasileiro provocaria, de maneira direta, um significativo aumento médio anual no custo de controle de plantas daninhas. O produto é usado em diversas culturas no País, mas se sobressai na de soja, que representa 65,4% da área cultivada”, ressalta Robinson Osipe.
Fonte: Agrolink