O assunto de hoje é o Boi 777. Você conhece? Na reportagem em vídeo, que está abaixo deste texto, você confere o segundo episódio da série “Pecuária 4.0: o caminho do boi brasileiro” e como se chegou até a fórmula do Boi 777.
A pesquisa
O estudo que desenvolveu a técnica já tem dez anos e segue em constante aprimoramento na Associação Paulista de Tecnologia de Agronegócios (APTA), em Colina (SP), região da Alta Mogiana. Enquanto o Boi 777 atinge 21 arrobas em, no máximo, dois anos no sistema tradicional são necessários, no mínimo, três anos para que o animal atinja 18 arrobas.
Em uma parceria público-privada são mil hectares dedicados ao gado de corte e três linhas de pesquisa: cria, recria e terminação.
Na cria (a vaca ao bezerro desmamado), são 500 fêmeas que são avaliadas em quesitos como: de que forma a nutrição materna influencia no metabolismo do feto e estrutura muscular. Uma vaca que emprenha tarde, no período de seca por exemplo, pode ter menos pasto disponível e esta falta nutricional impactar no desempenho do futuro bezerro.
Na recria (do bezerro ao boi magro), são 76 piquetes, em 8 módulos de pastejo. Após o desmame o pasto tem que ser de qualidade. Sem ganho de peso mas com gasto com suplementação e manutenção da estrutura, o prejuízo ao criador é certo.
Por fim na fase de pesquisa da terminação (do boi magro ao gordo) são três confinamentos. Ali é observada a qualidade da carne e como a nutrição agiu. Uma boa carcaça significa melhor resfriamento no frigorífico e ganhos. Também há pesquisas desenvolvidas a pasto focadas em baixo custo e bem-estar animal.
Recentemente outro projeto busca avaliar o desempenho da pastagem. A APTA adquiriu um equipamento que analisa amostras do pasto e o que é preciso fazer para suprir a falta de nutrientes que porventura tiver. “Hoje o espectrômetro de infravermeho só analisa matéria seca. Queremos aprimorar para que seja possível, a campo, na hora, pegar uma amostra da pastagem e já ter a avaliação do que está faltando e repor o mais breve”, explica a pesquisadora Regina Grizotto. A ideia é que em épocas de seca o criador possa suplementar rapidamente mantendo as características alimentares desejadas ao gado.
Fonte: Agrolink