O ataque da broca-do-café aumentou em lavouras mecanizadas, provavelmente resultado de uma safra malfeita em que muitos grãos ficam no pé, onde não foi feito repasse ou por falta de uma boa varrição.
Ano a ano o ataque da broca está aumentando. Devido as condições climáticas, houve irregularidade nas floradas e o produtor teve dificuldade na hora da safra, e acredito que ainda teremos mais 2 anos vivenciando essas condições.
Portanto, é necessário falar que broca-do-café é assunto sério e merece atenção especial para fazer um correto manejo.
Vale lembrar que ela traz diversos danos, principalmente na qualidade da bebida. É a porta de entrada para contaminar o fruto com microrganismos. O cafeeiro sofre com a queda precoce do fruto, causa apodrecimento da semente e ainda um enorme prejuízo econômico.
Aspecto físico: devido as lesões, os furos causados pela broca são caracterizados como defeito, resultando na desvalorização do produto, portanto, um dano econômico.
Como a broca se alimenta do fruto, ele perde peso, dano econômico.
No beneficiamento: temos mais porcentagem de catação, outro dano econômico.
Na hora da torra: como houve lesões nas paredes estruturais através do furo, no momento do processo químico, há uma queima interna dessas paredes lesionadas.
Na bebida: essa queima interna das partículas, quando o grão é moído, aumenta a quantidade de micropó, trazendo amargor, perda de corpo, sabor ranço. Caso seja “broca suja”, pode resultar em uma bebida riada e, com esse problema, a finalização sempre será curta.
Em um teste que fiz para saber a perda em uma dose de café espresso, em uma máquina semiautomática:
7,5 gramas de grãos perfurados pela broca = 79 grãos por dose (esq.) / 7,5 gramas de grãos perfeitos = 59 grãos por dose (dir.)
Conclusão: houve uma diferença de 20 grãos entre as doses. Ou seja, o produtor tem outro prejuízo quando falamos em usar grãos brocados na bebida.
Dica: broca-do-café é assunto sério, portanto, produtor, coloque na balança. Vale a pena fazer um bom repasse e retirar todos os grãos que ficaram tanto no cafeeiro quanto no chão da sua lavoura.
Fonte: Café Point
Crédito: DP Agrolink