Inovação e criatividade são palavras de ordem em todos os segmentos da economia. Na horticultura, apesar da crise, a cadeia produtiva de vários produtos mantém índices positivos, mas também enfrenta desafios que vão do plantio à mesa do consumidor. Os índices de perda no transporte e armazenamento, por exemplo, ainda são altos, considerando a diversidade tecnológica disponível hoje. E é para trazer possíveis soluções para esses e outros problemas e apresentar as novidades que devem aumentar produtividade e qualidade da produção que 420 empresas do Brasil e do Exterior participam da 26º Hortitec – Exposição Técnica de Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas, que acontece de 26 a 28 de junho, em Holambra (SP). A expectativa é receber mais de 30 mil visitantes, entre agricultores e profissionais de agribusiness e movimentar cerca de R$ 110 milhões.
A horticultura tem peso fundamental no desenvolvimento da economia do País e atinge em larga escala grande parte da população, pois envolve diretamente alimentos do dia a dia dos brasileiros. O potencial de crescimento é imenso, principalmente considerando que mais da metade da população brasileira não consome a quantidade mínima de frutas, legumes e vegetais (FLV), indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Responsável por uma fatia significativa da empregabilidade do agronegócio brasileiro, o setor hortifrutícola emprega 13 milhões de pessoas, segundo dados do relatório Cenário Hortifruti Brasil 2018, sendo 5,6 milhões de maneira direta, numa área plantada de 5,1 milhões de hectares. Para dimensionar estes dados, a cadeia da soja gera pouco menos de 3,8 milhões de empregos diretos, em área superior a 34 milhões de hectares de Norte a Sul do País. Isso significa que, em média, a cada 10 hectares plantados com frutas e hortaliças, 25 postos de trabalho são criados. Essa análise mostra que, além de um relevante impacto macroeconômico, o setor também é essencial para a empregabilidade de uma parcela importante da população.
Na fruticultura, o Brasil é o terceiro maior produtor do mundo, com uma produção anual de 41 milhões de toneladas. Beneficiado pelo clima, o setor apresenta um calendário de safra que lhe garante movimentação durante o ano todo. Porém, mesmo só perdendo para a China e a Índia no ranking de produção, apenas cerca de 2,5% do total são exportadas. Comparado com o Peru, por exemplo, que tem um território 7 vezes menor que o Brasil, o resultado peruano é quatro vezes maior, gerando U$ 2,4 bilhões em receita. No Brasil, as exportações de frutas geraram apenas U$ 785 milhões em 2018.
Na cadeia de hortaliças, o último levantamento disponível, realizado pela Confederação da Agricultura e da Pecuária (CNA), apontou que dos US$ 20 bilhões movimentados pelo segmento em 2016, pouco mais da metade ficou com o produtor, ou seja, grande parte deste volume (45%) fica na distribuição e no varejo, principalmente em função do custo e das perdas com transporte e armazenamento. Atualmente, a produção de hortaliças é contemplada pelos planos voltados à agricultura familiar, e entre os desafios propostos para o setor está o combate aos crescentes custos de produção, através da adoção de boas práticas e do aumento da produtividade dos recursos empregados. E é exatamente isso que a Hortitec se propõe a estimular, reunindo os diversos elos da cadeia produtiva para apresentar a novidades, trocar experiências e organizar um planejamento sistemático que permitirá “fazer mais com menos”.
Na floricultura os números também são animadores, alcançando índice de crescimento, mais uma vez, de dois dígitos. Em 2018 o setor movimentou R$ 8,1 bilhões, 10,9% maior que em 2017, quando somou R$ 7,3 bilhões, segundo o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor). As principais razões do crescimento do mercado de flores, segundo especialistas do setor, são o maior leque de opções e variedades ao consumidor, mais durabilidade das flores e mais eficiência na cadeia, além de contar, logicamente, com o aumento de consumo via supermercados, gardens centers e internet. O grande mercado consumidor das flores brasileiras é o interno.
Ratificando a importância da tecnologia da produção hortifrutícola, o relatório Cenário Hortifruti Brasil 2018, ressalta que o agricultor brasileiro vive um cenário adverso na produção, pois o clima tropical é propício para o desenvolvimento de insetos, fungos, plantas invasoras e outras pragas que prejudicam a lavoura. Por isso, o uso da tecnologia, mais do que uma opção, é uma necessidade. Neste sentido, o visitante da 26ª Hortitec terá a oportunidade de trocar experiência com outros produtores e os mais diversos fornecedores, bem como conhecer as novidades em produtos, serviços, ferramentas, maquinários e equipamentos. Saber mais sobre novas tecnologias e formas de cultivo de flores, frutas, hortaliças e florestais. E, ainda, buscar soluções para economizar água ou energia e aumentar a produtividade e a qualidade na produção.
Empresas do Brasil e do exterior apresentam suas novidades para um público diferenciado
A edição 2019 reunirá 420 empresas expositoras do Brasil e do Exterior e espera receber mais de 30 mil visitantes. Nos cerca de 30 mil m² da exposição, produtores de hortaliças, flores, frutas, florestais, mudas, empresas e prestadores de serviços encontrarão os mais importantes fornecedores de estufas, máquinas, equipamentos e insumos diversos, as tecnologias mais inovadoras em produtos e serviços e muita possibilidade de atualizar contatos, analisar o mercado, trocar informações, se capacitar, realizar e programar negócios em curto médio e longo prazo.
Em meio às soluções de climatização e refrigeração, estufas para cultivo protegido, ferramentas, fertilizantes, mudas e substratos, os visitantes vão conhecer novidades em irrigação e aquecedores, em insumos, sementes e telas, em plásticos, embalagens, vasos e poços artesianos, além de muita consultoria técnica e informática a serviço do produtor.
A fim de garantir o perfil diferenciado dos visitantes, que é um grande diferencial da Hortitec, os convites são distribuídos aos clientes atuais e potenciais das próprias empresas expositoras, o que acaba por provocar um grande networking e fomentar muitos negócios. “A Hortitec tornou-se um ponto de encontro em que há troca de ideias, realização de negócios e reuniões setoriais. É, portanto, uma grande fonte de informações para planejamento das atividades dos empresários envolvidos”, comenta o Diretor Geral da Hortitec, Renato Opitz.
Dia de Campo e Capacitação 2019
Além de conhecer os lançamento e destaques nos estandes da feira, os visitantes também terão a oportunidade de ver as novidades no campo desenvolvidas ou em fase de desenvolvimento da Agristar, em estufas ou na hidroponia, durante o Dia de Campo promovido na Estação Experimental da empresa em Santo Antônio de Posse (SP). Técnicos de todo o Brasil estarão à disposição para falar sobre as características dos materiais, os melhores manejos e os posicionamentos para cada região do país.
E paralelamente ao evento acontece o Painel EMBRAPA sobre “Inovação e Negócios 2019: Hortaliças e Sustentabilidade”. O curso de capacitação tem vagas limitadas. A programação completa e informações para inscrição prévia estão disponíveis no site do evento www.hortitec.com.br
HORTITEC 2019 em números
Total de Expositores: 420 empresas
Área total da Exposição: 30 mil m²
Estimativa de Negócios: R$ 110 milhões
Estimativa de Visitação: acima de 30 mil profissionais
Fonte: Hortitec