O mercado da soja na Bolsa de Chicago encerrou o pregão desta quarta-feira (6) intensificou um pouco mais suas baixas diante da notícia de que a reunião entre Xi Jinping e Donald Trump poderá ser adiada. Assim, os futuros da oleaginosa encerraram os negócios com perdas de pouco mais de 6 pontos nos principais contratos, levando o janeiro a US$ 9,27 e o maio a US$ 9,52 por bushel.
Segundo informações apuradas pela agência Bloomberg, o encontro entre os presidentes poderia acontecer somente em dezembro. A notícia dá conta ainda de que Iowa e o Alasca, que foram dois locais cogitados pela Casa Branca para a reunião dos dois presidentes, foram descartados por ambas as equipes. Novas localidades na Europa e na Ásia estão agora sendo estudadas, com a Suécia e a Suíça sendo as opções mais cotadas.
“A falta de atividade política na ‘reconciliação comercial’ entre EUA e China adiciona sérias dúvidas sobre a possibilidade da assinatura da fase um do acordo comercial, prometida há quase dois meses”, explicam os diretores da ARC Mercosul.
Além dessa informação, o mercado ainda volta os olhos para um ajuste de posições à espera do novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz nesta sexta-feira, 8 de novembro.
Há a possibilidade de uma nova redução na safra americana e, consequentemente nos estoques dos EUA, de acordo com expectativas do mercado, o que, se confirmando pode trazer importante suporte às cotações da soja na CBOT.
No entanto, tais números podem sim, segundo analistas e consultores, serem neutralizados por toda a celeuma da guerra comercial, que está prestes e completar dois anos.
“Os comentários do mercado dão conta de que a espera é por uma safra de pouco mais de 95 milhões de toneladas frente as 96,6 milhões apontadas pelo USDA em outubro”, diz o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
MERCADO BRASILEIRO
A alta de mais de 2% da dólar frente ao real nesta quarta-feira deu algum fôlego às cotações da soja no mercado brasileiro. A moeda americana fechou o dia com R$ 4,08, com sua maior alta em mais de 7 meses.
Assim, em algumas praças de Mato Grosso, por exemplo, os preços da oleaginosa no mercado disponível e de balcão subiram mais de 1%, levando as referências a, novamente, superaram os R$ 80,00 por saca.
Nos portos, alta de 0,57% para o disponível em Paranaguá, para R$ 87,50 por saca; de 0,58% no spot em Rio Grande, para R$ 86,50 e de 0,235 para a safra nova no terminal gaúcho, onde fechou com R$ 86,00.
Nas referências mais distantes, as referências foram ainda mehores, como relata Brandalizze.
“O mercado da soja esteve em um dia de Chicago em queda, mesmo assim os indicativos em Reais no Brasil seguiam a linha contrária, com forte alta do dólar, apoiando indicativos da oleaginosa que voltaram a ser comentados em R$ 90 nos portos para dezembro e janeiro; e nos R$ 89 para novembro”, diz o consultor.
Ainda assim, o ritmo de negócios seguiu limitado. “Mesmo em alta, o mercado não conseguia mostrar vendedores, os quais estão com pouco grão e apostando em segurar o que resta para negociar a frente”, conclui.
Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas