Menos milho: Quem conseguir colher vai lucrar muito

A redução da oferta brasileira, mais a redução dos estoques finais mundiais, deverão manter tanto os preços internacionais, quanto nacionais significativamente elevados por mais uma temporada. É o que projeta a equipe de analistas da Consultoria TF Agroeconômica após os relatórios mensais divulgados nesta quinta-feira (10/06) pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

“A queda está sendo atribuída à seca em muitas regiões produtoras. Isto também significa que os agricultores que conseguirem colher terão ótima lucratividade”, afirma a TF Agroeconômica.

O relatório mensal de acompanhamento das safras da Conab apontou o total de milho produzido no país na safra 2020/21 em 96,32 milhões de toneladas (MT), cerca de 9,48% a menos do que sua própria estimativa do mês anterior (maio), de 106,41 MT e 6% a menos do que os 102,58 MT produzidas na safra anterior. Como consequência, os estoques finais recuaram 3,23 milhões de toneladas, de 10,87 MT para 7,64 MT o menor das últimos cinco temporadas.

“O primeiro efeito desta redução nos estoques foi a redução nas exportações brasileiras de milho, que passaram da projeção de 35 MT feita em maio para 29,5 MT, uma redução de 15,71%, com reflexos na receita dos agricultores, das empresas e do país”, acrescentam os analistas da Consultoria.

Ainda de acordo com a Conab, a necessidade de importações será de 2,3 MT para esta temporada, contra 1,0 MT do ano anterior: “Esta importação está sendo grandemente estimulada pela queda do dólar e recuo dos preços internacionais em relação a maio, e deverão vir do Paraguai e da Argentina, cujos preços concorrem com o milho do Centro-Oeste brasileiro. Além disso, estas importações deverão se dirigir principalmente aos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina”.

No relatório de acompanhamento mensal das safras, divulgado também nesta quinta-feira, o USDA reduziu tanto os estoques mundiais como os estoques norte-americanos. Os estoques mundiais recuaram de 292,30 MT para 289,41 MT para a safra 2021/22. Já os estoques americanos foram reduzidos de 38,28 MT para 34,47 MT. “Estas duas reduções provocaram alta nos mercados futuros nesta quinta-feira e deverão manter os preços mais fortes pelo menos nos próximos 30 dias”, conclui a TF Agroeconômica.

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