Clima favorece colheita do milho e algodão

A região Centro-Oeste, responsável pela maior produção de grãos do país, sentiu os efeitos da falta de chuvas na primeira quinzena deste mês, sobretudo para o milho segunda safra. Houve restrição hídrica para as lavouras ainda em enchimento de grãos, semeadas fora da janela ideal. No entanto, o tempo seco favoreceu a maturação e a colheita do milho e do algodão. A análise é do Boletim de Monitoramento Agrícola da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), elaborado com base nas condições observadas nas primeiras semanas deste mês.
Sofreram essas restrições os estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo, onde a média do armazenamento hídrico no solo foi baixa. Aliado a isso, há a expectativa de impacto na produtividade do milho devido à incidência de geadas no Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás, especialmente nas lavouras em estádios reprodutivos.

No Sul a umidade do solo, porém, foi suficiente para o desenvolvimento do milho segunda safra no Paraná. No caso do milho, houve prejuízos. Principalmente, as lavouras ainda em enchimento de grãos no Paraná, com a incidência das geadas.

No Triângulo Mineiro e em Assis houve atraso no calendário de plantio e colheita da soja e pela falta de chuvas no início da safra, o que adiou a implantação do milho safrinha. A região também sofreu com as geadas.

As chuvas apresentaram maiores acumulados na região Norte e no litoral da região Nordeste do país. Nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Matopiba, a ausência de chuvas foi favorável para as operações de colheita da segunda safra, como o milho e o algodão.

Veja o balanço mais detalhado:

Algodão

Mato Grosso: Tanto as lavouras de primeira como as de segunda safras seguem em plena colheita. Observa-se que as lavouras mais tardias, de segunda safra, no sul do estado apresentam menores produtividades, em razão do deficit hídrico em fases críticas do ciclo. Atualmente, além da evolução nas operações de colheita, percebese a constante realização de manejos para o controle de pragas como mosca branca, lagartas, bicudo e pulgões.

Goiás: A colheita avança especialmente nos dois principais polos produtores: Cristalina e Chapadão do céu. De modo geral, há um atraso em comparação à evolução das operações da safra passada em decorrência das chuvas registradas em junho, que postergaram a maturação da fibra. Previsão de encerramento até setembro, em conformidade com o calendário de vazio sanitário.

Mato Grosso do Sul: Quase metade da área plantada já foi colhida até o segundo decêndio de julho. As demais lavouras remanescentes estão em estádio de maturação. As produtividades observadas, até o momento, apontam para redução do potencial produtivo em razão dos períodos de estiagem em fases críticas da fenologia da cultura. Porém, a qualidade da fibra tem sido considerada muito boa. Ressalta-se o registro de incidência acentuada de ácaros rajados em muitas lavouras de segunda safra, favorecidos pelo clima seco e quente.

Bahia: A colheita começou pelas lavouras em sequeiro do extremo oeste e do centro sul do estado, mas agora já se expande para as áreas irrigadas. Até o fim do segundo decêndio de julho, cerca de 20% da área estadual estava colhida. O rendimento observado tem sido satisfatório e a qualidade da fibra considerada muito boa.

Maranhão: A colheita avança no sul do estado, com ênfase naquelas lavouras cultivadas mais cedo, entre novembro e dezembro de 2020, consideradas de primeira safra. A partir da segunda quinzena de julho iniciou-se a colheita das lavouras de segunda safra, semeadas a partir de janeiro de 2021. O rendimento observado tem sido inferior ao esperado, em virtude da escassez de chuvas desde abril de 2021.

Milho Segunda Safra

Mato Grosso: Cerca de 56% da área semeada foi colhida. Há previsão de início das operações de sega nas lavouras mais tardias, plantadas fora da janela ideal, tendo expectativa de impacto no rendimento médio, em razão dos baixos níveis pluviométricos registrados a partir de abril de 2021.

Mato Grosso do Sul: As geadas registradas em junho impactaram as lavouras, principalmente aquelas no centro-sul, que estavam em enchimento de grãos. Há o registro de danos foliares (escaldaduras), diminuindo a capacidade fotossintética das plantas. De modo geral, a colheita continua, se aproveitando da maturação antecipada proporcionada pela escassez de precipitações. Observa-se, com essas adversidades climáticas, a diminuição no rendimento das lavouras, além de redução na qualidade dos grãos. monitoramento das lavouras

Goiás: Colheita em andamento, apresentando rendimentos variados entre as lavouras no estado, com produtividades maiores naquelas plantadas mais cedo. As lavouras de semeadura mais tardia foram impactadas pela escassez de precipitações em fases críticas do desenvolvimento da cultura, como florescimento e enchimento de grãos.

Paraná: As frentes frias registradas recentemente trouxeram danos diretos às lavouras com a incidência de geadas em algumas regiões produtoras. Tais efeitos ainda estão sendo contabilizados, mas já se percebe impactos no potencial produtivo, que antes havia sido afetado também pelos baixos níveis de precipitação. Com a colheita em fase inicial, cerca de 3% da área colhida, espera-se o avanço das operações para melhor avaliação das avarias.

São Paulo: A colheita continua, mas ainda em ritmo lento. Maior parte das lavouras em fase de enchimento de grãos e maturação. De maneira geral, percebe-se que as lavouras plantadas mais cedo sofreram de forma mais acentuada com o período de estiagem registrado em abril e maio. Já as lavouras mais tardias foram impactadas mormente com a incidência de geadas ocorridas em junho

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